Quando não há argumentos....
Quando não há argumentos....

 É com alguma admiração (ou não) que verifico nos debates que têm lugar um pouco por todo lado e, em especial nesta rede social, versam maioritariamente sobre política.

De facto, é tempo de discussão. O país encontra-se mergulhado numa crise política, económica e social sem precedentes. Para uns, a culpa é dos Governos PS, para outros dos Governos PSD/CDS-PP. Para aqueles que culpam estes últimos, em especial o CDS-PP, o argumento utilizado para "justificar" o estado actual das contas públicas (diga-se estado lastimável que, inclusivé "obrigou" a intervenção do FMI, que é, como diz o Dr.Paulo Portas uma situação vexatória) foi a aquisição dos submarinos. Para esses a fórmula que originou esta crise é a seguinte: crise económica= CDS+Paulo Portas+ Submarinos.

Trata-se de uma forma um tanto quanto ignorante (que me perdoem os visados) de ver as coisas. Só demonstra um profundo desconhecimento da realidade.

Na verdade, o concurso para renovação da capacidade submarina foi lançado ém 1998. Era então Primeiro-Ministro o Eng. António Guterres. Tal concurso lançado pelo <span>governo socialista</span> previa a aquisição não de 2 mas de 3 ou 4 submarinos. O valor estimado para a aquisição de 3 submarinos rondava os 2 mil milhões de euros. A Lei de Programação Militar na altura previa ainda o recurso ao "leasing" em cerca de 70% do valor das diversas aquisições militares.

Quando o CDS chegou ao Governo coligado com o PSD do Dr. Durão Barroso, em 2002, o referido concurso encontrava-se já na fase final. Paulo Portas "herdou" assim o concurso da aquisição de submarinos nos moldes atrás descritos. O que viria a fazer, enquanto Ministro de Estado e da Defesa, foi reduzir para 2 o número de submarinos , baixando assim o custo inicial de 2 mil milhões de euros para para mil milhões de euros e reduzir para 50%  o valor previsto na lei de programação militar previsto em "leasing" ( com esta decisão evitou-se mais gastos financeiros). Quando foi tomada a decisão final foi tomada, a dívida pública portuguesa era de cerca de 58% do Produto Interno Bruto, ou seja, um valor dentro dos limites do Tratado; hoje, essa dívida anda próxima dos 90% do PIB muito aquém do aceitável e do desejável.

A ideia de Portugal ser dotado de submarinos não é "obra" nem do CDS, nem do Dr. Paulo Portas. Todos os Ministros da Defesa Nacional socialistas sempre foram favoráveis á aquisição dos mesmos e incluiram os incluiram sempre nas sucessivas leis de programação militar.

Foi sempre consensual entre PS, PSD e CDS  a necessidade da capacidade submarina. Por isso, parece-me ridículo por parte de simpatizantes do PS utilizar este argumento para acusar o CDS  e o seu líder de uma culpa que simplesmente....não existe! Dois submarinos são apenas uma pequena gota num oceano de dívidas que o PS mergulhou o país e o seu custo, um grão de areia quando comparado com projectos megalómanos do Eng.Sócrates da construção da linha do TGV.

                                                                                Saudações centristas

                                                                                Vânia Isabel Baptista